Uma das maiores viradas na vida de alguém acontece quando ela entende, de verdade, que é responsável pela realidade que vive. Não falo de culpa — falo de responsabilidade consciente, que é bem diferente.
A culpa paralisa, oprime. A responsabilidade, por outro lado, liberta. Ela traz clareza, poder de ação e maturidade emocional.
É natural que, diante da dor, a gente queira encontrar um culpado: os pais que erraram, o parceiro que traiu, o sistema que sufoca, a vida que “não colabora”. E sim, tudo isso pode ter sua parcela de influência. Mas enquanto a gente se prende ao que o outro fez — ou deixou de fazer —, perde a chance de olhar para o que está ao nosso alcance transformar.
Responsabilizar-se é sair do papel de vítima e assumir o lugar de quem escolhe. É dizer: “isso me feriu, mas eu escolho não permanecer ferido”. É olhar para os padrões que se repetem e perguntar: o que em mim ainda sustenta isso?
É perceber que muitas vezes é o medo, a autossabotagem ou a falta de autovalor que mantém você preso a histórias que já pedem encerramento.
No meu trabalho, vejo com frequência que a verdadeira cura começa quando a pessoa para de esperar que o outro mude — e decide mudar a si mesma. Isso não significa carregar o mundo nas costas, mas sim acolher suas emoções, rever suas escolhas e reconhecer o próprio poder de criar uma nova realidade.
A alma amadurece quando você entende que viver com consciência não é controlar tudo, mas sim assumir sua parte com coragem e amor.